terça-feira, 18 de julho de 2023

Amônia, saiba um pouco mais !

 

Amoníaco, gás amoníaco ou amônia (NH3), é um gás incolor, alcalino e irritante em condições normais de temperatura e pressão, bastante solúvel em água em baixos valores de pH (ácidos). Um odor pungente é detectável em concentrações acima de 30 mg/L, ocorre irritação ocular e nasal a 50 mg/L, disfunção pulmonar a 1000 mg/l e há risco de morte se uma pessoa for exposta a concentrações acima de 1500 mg de NH3/L(11). Ocorre em vários efluentes domésticos e industriais e também resulta da decomposição natural da matéria orgânica.

O amoníaco e seus derivados (uréia, nitrato de amônio e outros) são usados na agricultura como fertilizantes e componentes de vários produtos de limpeza. O amoníaco é muito usado em ciclos de compressão (refrigeração) devido ao seu elevado calor de vaporização e temperatura crítica. Utilizado em processos de absorção em combinação com a água, resulta da combustão de lã, seda, melamina e náilon.

A amônia é facilmente biodegradável. As plantas a absorvem com muita facilidade, sendo um nutriente muito importante como fornecedor de nitrogênio para a produção de compostos orgânicos azotados. Em concentrações muito altas, por exemplo, na água de consumo, pode causar danos graves, já que interfere no transporte do oxigênio pela hemoglobina, entre outros efeitos tóxicos.

Analisadores on line - Prevenção para atuação em tempo hábil.

Analisador CX2000 - DQO e Amônia

    Pela legislação federal em vigor, a Resolução CONAMA N° 357, o nitrogênio amoniacal é padrão de classificação das águas naturais e padrão de emissão de esgotos.

A amônia é um tóxico bastante restritivo à vida dos peixes, sendo que muitas espécies não suportam concentrações acima de 5 mg/L e valores acima de 0,01 mg/L podem ser tóxicos aos peixes. Além disso, como visto anteriormente, a amônia provoca consumo de oxigênio dissolvido das águas naturais ao ser oxidada biologicamente, a chamada DBO de segundo estágio. Por estes motivos, a concentração de nitrogênio amoniacal é importante parâmetro de classificação das águas naturais e normalmente utilizado na constituição de índices de qualidade das águas.


      Os níveis de amônia na superfície da água doce crescem com o aumento do pH e temperatura (Tabela 3). Em baixos pH e temperatura, a amônia se combina com a água para produzir um íon amônio (NH4+) e um íon hidróxido (OH-). O íon amônio não é tóxico e não causa problemas para os organismos, enquanto que a forma não ionizada tem efeito tóxico.          Acima de pH 9, a amônia não ionizada é a forma predominante no meio e pode atravessar membranas celulares mais rápido à medida que aumentam os valores de pH. 

          A magnificação da concentração de amônia que pode penetrar no organismo potencializa o efeito tóxico.

sexta-feira, 14 de julho de 2023

Transmissores por sonda, sensor ou eletrodo


            



Analisadores/ Transmissores multiparâmetros 
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A série de transmissores oferece medição de canal simples e duplo para: 
pH, condutividade, ORP, TDS e temperatura, com combinações flexíveis e é adequado paracampobem como os requisitos de montagem do painel



Um bom equipamento de medição de pH e outros parâmetros por sonda é de extrema importância em diversas áreas, como laboratórios de pesquisa, indústrias, controle de qualidade e monitoramento ambiental. Aqui estão algumas razões pelas quais um equipamento de medição de qualidade é essencial:

1. Precisão e confiabilidade: Um equipamento de medição de pH e outros parâmetros deve fornecer leituras precisas e confiáveis. Isso é crucial para garantir a exatidão dos resultados e tomar decisões informadas com base nas medições. Equipamentos de baixa qualidade podem apresentar erros significativos, levando a interpretações errôneas dos dados e ações inadequadas.

2. Controle de processos: Em muitas indústrias, o pH e outros parâmetros são críticos para o controle de processos. Por exemplo, em indústrias químicas e farmacêuticas, a acidez ou alcalinidade de uma solução pode afetar a eficiência da produção ou a qualidade do produto final. Um equipamento de medição confiável é essencial para garantir que os processos estejam dentro das especificações desejadas.

3. Segurança: Em certas situações, medições de pH precisas podem ser vitais para garantir a segurança. Por exemplo, em piscinas ou sistemas de água potável, um pH desequilibrado pode levar ao crescimento de bactérias nocivas ou à corrosão de tubulações. Um equipamento de medição confiável permite a detecção precoce de problemas e a tomada de medidas corretivas adequadas para manter a segurança dos usuários.

4. Monitoramento ambiental: Em estudos ambientais e de recursos hídricos, o monitoramento do pH e de outros parâmetros é essencial para avaliar a qualidade da água. Um bom equipamento de medição ajuda a identificar possíveis poluentes, mudanças nos ecossistemas aquáticos e impactos ambientais. Essas informações são valiosas para a conservação e gestão adequada dos recursos naturais.

5. Eficiência e produtividade: Equipamentos de medição de pH e outros parâmetros avançados geralmente possuem recursos que facilitam o trabalho e aumentam a eficiência. Por exemplo, sondas de pH com calibração automática ou interfaces digitais simplificam o processo de medição, economizando tempo e minimizando erros operacionais.

Em resumo, um bom equipamento de medição de pH e outros parâmetros por sonda desempenha um papel fundamental na obtenção de resultados precisos, no controle de processos, na segurança, no monitoramento ambiental e na eficiência geral dos trabalhos. Investir em equipamentos de qualidade é essencial para garantir medições confiáveis e tomar decisões informadas.






quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

 


Saneamento Básico

 saneamento básico é o sistema de serviços composto pela coleta, transporte, tratamento e reutilização de resíduos e água realizado por empresas públicas ou privadas. Através dele, as populações de cidades conseguem ter acesso a água potável e destinar corretamente seus dejetos.

O saneamento básico é um direito de todos os cidadãos porque ele constitui um serviço básico de saúde pública, sendo um dever do estado assegurar seu funcionamento efetivo (Lei n0 11.445/07). Existe uma relação inegável entre comunidades que não possuem boas condições de saneamento e diversos problemas de saúde, como a má nutrição, infecções gastrointestinais, alto índice de diarreia, hepatite, verminoses e atraso de crescimento infantil.

A rede que compõe o saneamento básico possui 4 componentes principais: tratamento e distribuição de água potável, coleta e tratamento de esgoto, drenagem urbana das águas pluviais e a coleta e a destinação correta dos resíduos sólidos.

Água Potável

Companhias de saneamento tem como função o tratamento da água bombeada de represas e sua distribuição para a população através dos sistemas de encanamento. A SABESP (Companhia de Saneamento Básico do estado de São Paulo), por exemplo, produz em suas estações de tratamento de água (ETAs) mais de 110 mil litros de água por segundo.

A partir de uma série de fases organizadas em um sistema sequencial, a água é clorada, alcalinizada, coagulada, floculada, decantada, filtrada, desinfetada e fluorada antes de ser transportada para reservatórios menores nos bairros das cidades. Embora o processo necessário para disponibilizar água potável seja bem estabelecido, ele é custoso e exige grandes investimentos financeiros e vontade política.

No Brasil, cerca de 35 milhões de pessoas ainda não tem acesso seguro a água encanada, recorrendo a poços artesianos, caminhões pipa ou consumo direto de corpos d’água. Todas essas fontes de consumo não são seguras e estão associadas a diversos problemas de saúde.

 Esgoto

O esgoto deve ser coletado e transportado até as estações de tratamento de esgoto (ETEs) ao invés de despejados diretamente em rios, lagos ou solo. A primeira etapa do processamento do esgoto envolve o uso de grades e redes para separar grandes resíduos físicos do restante dos dejetos.

Estes são dispostos em decantadores, onde o lodo primário é removido. A fase liquida segue para decantadores secundários e tanques de aeração, de onde sai mais lodo. A água restante, após uma série de testes físico-químicos e biológicos, pode ser reutilizada ou despejada em rios.

O lodo recebe tratamentos específicos e pode ser destinado para uso em pesquisa, adubação, incineração ou deposição em aterros.

O Brasil sofre de grandes disparidades geográficas quando se discute o tratamento de esgoto. Enquanto diversas cidades da região sul e sudeste possuem índice de tratamento de 100%, municípios do norte do pais não chegam a 15% de coleta e tratamento de esgoto.

         Drenagem

São Paulo, a maior cidade do continente americano, possui graves problemas associados às chuvas. Seu sistema de drenagem é ineficiente e não consegue lidar com eventos de chuva intensa, causando alagamentos em diversas partes da cidade.

O sistema urbano de drenagem de águas pluviais é um componente importante do saneamento básico muitas vezes esquecido nas obras de planejamento urbano.

Mapear a quantidade de áreas impermeáveis (cobertas por asfalto, calcamento e edificações) permite desenhar um sistema de drenagem efetivo. Porém, os corpos d’água que recebem essa descarga devem receber atenção especial, assegurando que suas margens não estejam assoreadas ou erodidas, uma vez que os níveis de rios e lagos podem aumentar consideravelmente após receber volume extra.

A água da chuva também pode ser direcionada para reservatórios, o que contribui para um melhor aproveitamento dos recursos hídricos e balanceamento do ciclo da água.

 Resíduos sólidos

A limpeza urbana e a coleta seletiva de lixo são outro aspecto central do saneamento básico. Centrais de triagem do lixo e cooperativas de reciclagem são essenciais para redução da destinação incorreta dos resíduos sólidos.

Também é importante associar o sistema de coleta de lixo com aterros sanitários bem estruturados ao invés de lixões, que são locais ruins para distribuição dos resíduos, contribuindo para a ocorrência de doenças como a dengue e a leptospirose.




Tratamento de água

A poluição das águas vem acontecendo desde as primeiras civilizações, quando o ser humano interrompeu as práticas nômades. Uma vez instalado em um lugar, a produção de lixo se mantinha em um determinado local, tendo como uma solução imediata jogar esses lixos em rios para que a correnteza os levasse para outro lugar distante da habitação.

Com o aumento da população nas áreas urbanas em decorrência da revolução industrial, o acúmulo de lixo nas águas se tornou um grande problema, infectando a população com doenças como a cólera e a febre tifoide.

Como a população estava doente, e não haviam trabalhadores, foi implementada em 1874 a primeira Estação de Tratamento de Água (ETA), com o propósito de despoluir o rio Tâmisa na Inglaterra, por meio de filtros formados por areia.

Atualmente, antes de serem lançadas no meio ambiente, a água decorrente das indústrias e domicílios é tratada nas Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), para evitar danos ao meio ambiente e a saúde.

Existem dois tipos de tratamento relacionados a água:

Tratamento de Água (ETA): serve para filtrar as impurezas encontradas nas fontes de água doce.

Tratamento de Esgoto (ETE): serve para limpar toda a água despejada através da rede de esgoto no qual ela é reintroduzida nos rios diminuindo seu impacto ecológico.

O tratamento basicamente é o mesmo entre os dois tipos; os primeiros processos são dados através de métodos físicos no qual é realizado um processo de peneiramento para retirar as moléculas maiores de sujeira.

Seguindo pelo processo de decantação, onde é utilizada a ação do tempo para que as sujeiras não retiradas no peneiramento sejam aglomeradas no fundo do tanque e retiradas.

Como meio de retirar o mal odor, a água passa pelo o processo de aeração, no qual se cria borbulhas na água para retirar elementos como o ácido sulfídrico.

Posteriormente passando para processos químicos, onde a água tem o seu pH elevado pela adição do carbonato de sódio, após este processo é inserido o sulfato de alumínio, que reage com as impurezas contidas na água criando flocos que se aglomeram no fundo do tanque.

A água passa novamente por outro processo de filtração, para chegar a última etapa que é adicionado cloro para eliminar microrganismos. Algumas empresas ainda acrescentam flúor na água que será destinada as residências, para a prevenção de cáries.

No Brasil, os níveis de tratamento de água são baixos, menos de 20% é tratada para a reintrodução no meio ambiente; apenas 42% da população possui saneamento básico.

Mesmo a água tendo o seu ciclo e não sendo possível ficar escassa, os níveis de poluição estão ficando cada vez mais altos, tornando o seu tratamento cada vez mais caro, no qual, futuramente será um privilégio adquirir água limpa.





Amônia / NH3: Entenda o que é a amônia e seus riscos

 

A amônia está naturalmente presente nos organismos vivos e meio ambiente, mas seu uso excessivo em produtos agrícolas, industriais e domésticos pode gerar problemas

 

Amoníaco, gás amoníaco ou amônia (NH3), é um gás incolor, alcalino e irritante em condições normais de temperatura e pressão, bastante solúvel em água em baixos valores de pH (ácidos). Um odor pungente é detectável em concentrações acima de 30 mg/L, ocorre irritação ocular e nasal a 50 mg/L, disfunção pulmonar a 1000 mg/l e há risco de morte se uma pessoa for exposta a concentrações acima de 1500 mg de NH3/L(11). Ocorre em vários efluentes domésticos e industriais e também resulta da decomposição natural da matéria orgânica.

O amoníaco e seus derivados (uréia, nitrato de amônio e outros) são usados na agricultura como fertilizantes e componentes de vários produtos de limpeza. O amoníaco é muito usado em ciclos de compressão (refrigeração) devido ao seu elevado calor de vaporização e temperatura crítica. Utilizado em processos de absorção em combinação com a água, resulta da combustão de lã, seda, melamina e náilon.

A amônia (NH3) é um gás incolor, formado por um átomo de nitrogênio e três átomos de hidrogênio. Ela está presente naturalmente no meio ambiente e em organismos, mas também é produzida artificialmente e  utilizada na composição de fertilizantes e produtos de limpeza. Uma vez no ambiente, essa substância pode gerar problemas ambientais, como a morte de peixes e eutrofização, além de problemas de saúde em seres humanos, como irritação na pele, olhos e garganta.

O NH3 é uma molécula de caráter alcalino formada a partir do ciclo do nitrogênio, pela ação da decomposição de matéria orgânica por micro-organismos. Ela está presente em todos os ambientes e seres vivos, e tem um importante papel ecossistêmico.

A amônia é facilmente biodegradável. As plantas a absorvem com muita facilidade, sendo um nutriente muito importante como fornecedor de nitrogênio para a produção de compostos orgânicos azotados. Em concentrações muito altas, por exemplo, na água de consumo, pode causar danos graves, já que interfere no transporte do oxigênio pela hemoglobina, entre outros efeitos tóxicos.

Pela legislação federal em vigor, a Resolução CONAMA N° 357, o nitrogênio amoniacal é padrão de classificação das águas naturais e padrão de emissão de esgotos.

A amônia é um tóxico bastante restritivo à vida dos peixes, sendo que muitas espécies não suportam concentrações acima de 5 mg/L e valores acima de 0,01 mg/L podem ser tóxicos aos peixes. Além disso, como visto anteriormente, a amônia provoca consumo de oxigênio dissolvido das águas naturais ao ser oxidada biologicamente, a chamada DBO de segundo estágio. Por estes motivos, a concentração de nitrogênio amoniacal é importante parâmetro de classificação das águas naturais e normalmente utilizado na constituição de índices de qualidade das águas.

Os níveis de amônia na superfície da água doce crescem com o aumento do pH e temperatura (Tabela 3).

 

    Em baixos pH e temperatura, a amônia se combina com a água para produzir um íon amônio (NH4+) e um íon hidróxido (OH-). O íon amônio não é tóxico e não causa problemas para os organismos, enquanto que a forma não ionizada tem efeito tóxico. Acima de pH 9, a amônia não ionizada é a forma predominante no meio e pode atravessar membranas celulares mais rápido à medida que aumentam os valores de pH.

A magnificação da concentração de amônia que pode penetrar no organismo potencializa o efeito tóxico.

Quimicamente falando, a amônia no ambiente aquático pode apresentar-se em duas formas, ionizada (NH4+) e não ionizada (NH3). O balanço entre as duas formas é determinado principalmente pelo pH, e em menor grau pela temperatura.

À temperatura ambiente e pressão atmosférica, a amônia é um gás incolor, tóxico e corrosivo na presença de umidade. O que o torna altamente perigoso em caso de inalação. É também inflamável, de um odor muito irritante (em concentrações não muito elevadas, tem semelhança ao odor de urina) e solúvel em água.

amônia ou amoníaco (NH3) é uma molécula formada por um átomo de nitrogênio ligado à três de hidrogênio. É obtida por um processo famoso chamado Haber-Bosch que consiste em reagir nitrogênio e hidrogênio em quantidades estequiométricas em elevada temperatura e pressão. É a maneira de obtenção de amônia mais utilizada hoje em dia. Esse processo leva o nome de seus desenvolvedores Fritz Haber e Carl Bosch.

À temperatura ambiente e pressão atmosférica, a amônia é um gás incolor, tóxico e corrosivo na presença de umidade. O que o torna altamente perigoso em caso de inalação. É também inflamável, de um odor muito irritante (em concentrações não muito elevadas, tem semelhança ao odor de urina) e solúvel em água. Transporta-se esse gás na sua forma liquefeita dentro de cilindros de aço sob muita pressão.

Utilizada em compostos de agente refrigerante, na preparação de fertilizantes como nitrato de amônia, superfosfatos e nitrogenantes que são soluções de amônia e nitrato de amônia, sais de amônia e uréia. Na indústria petroquímica a amônia é utilizada como base para neutralizar ácidos provenientes do óleo cru a fim de proteger da corrosão os equipamentos pelos quais esse óleo vai passar.

Largamente utilizada para a extração de metais como cobre, níquel e molibdênio de seus respectivos minérios.



Como já foi dito, a amônia pode ser um gás muito tóxico se inalado e/ou ingerido.

Causando grande irritação nas vias respiratórias, boca, garganta e estômago. Sua inalação pode causar dificuldades respiratórias, inflamação aguda do sistema respiratório. Mas contanto que sempre sejam usadas máscaras apropriadas para gases e sempre se esteja atento para qualquer vazamento, a amônia pode ser usada tranquilamente.

A amônia também pode ser produzida artificialmente, graças ao processo de síntese da amônia, ou Síntese de Haber-Bosch. Esse processo foi desenvolvido em 1990, pelos cientistas Carl Bosch e Fritz Haber. Ele consiste na ativação de átomos de hidrogênio e nitrogênio a partir de um catalisador, o ósmio.

A amônia pode atuar em diversos processos prejudiciais para o meio ambiente. A oxidação da amônia, por exemplo, contribui para a produção de gases do efeito estufa e para a lixiviação de nutrientes nos ecossistemas.

 

Esse processo consiste na transformação de NH3 em NO2– (nitrito), pela ação de micro-organismos presentes no meio ambiente.   Além disso, altas concentrações de amônia em ambientes aquáticos podem gerar a morte ou problemas no desenvolvimento de peixes.

Em espécies de plantas, a alta taxa nutritiva de solos com a presença de NH3 pode levar ao processo de eutrofização. A eutrofização gera um aumento na quantidade de algas nos corpos hídricos e a redução da fotossíntese.

Outro problema da presença desse componente no ambiente se dá por conta do seu caráter alcalino. Com isso, as moléculas de amônia reagem com componentes de caráter ácido, como o dióxido de enxofre (SO2), e formam aerossóis atmosféricos. Esses aerossóis contribuem para a poluição atmosférica e prejudicam a qualidade do ar.

 

Problemas de saúde

Apesar dos benefícios para a produção industrial, o contato excessivo com a amônia pode gerar problemas para a saúde. Sintomas como irritação ou queimação na pele, nos olhos e na garganta; ou problemas pulmonares são alguns dos riscos que trabalhadores que são expostos a essa substância podem sofrer. Uma forma de minimizar os riscos à saúde é o uso de equipamentos de proteção pessoal ou individual. O último é o mais efetivo, já que atua com medidas preventivas anteriores ao contato com o trabalhador. 

 

 

Fonte:

https://www.infoescola.com/

 

        Referências:

        de Oliveira, C.F., 2005. A gestão dos serviços de saneamento básico no Brasil. Scripta                 Nova. Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales, 9.

            http://site.sabesp.com.br/

    Ribeiro, J.W. and Rooke, J.M.S., 2010. Saneamento básico e sua relação com o meio ambiente e a saúde pública. Monografia de Especialização em Análise Ambiental, Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. 36p.



quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Catálogo AWA / Forbes Marshall

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Uma Breve Analise Analítica sobre Água e Pressão !!

A vida sob pressão

Mais do que a falta de ar, a pressão das águas é o grande obstáculo à permanência do homem no fundo do mar, seja a 10 ou 300 metros, obrigando seu organismo a radicais adaptações ao novo meio.
por Regina Prado Tweet

Sentado na areia ardente à beira do mar, o homem fita a água e sonha em conquistar o azul profundo. Há mais de 2000 anos, alguns ousados se aventuram a deixar a areia e pulam de cabeça no mundo submarino — é quando descobrem que a falta de ar não é o principal obstáculo a um passeio tranqüilo ao lado de peixes e corais. O grande vilão das histórias debaixo d’água atende pelo nome de pressão, um inimigo invisível, mortal, sub-reptício. Seja a 10 ou a 100 metros de profundidade, quanto mais se desce, mais o oceano comprime os frágeis corpos humanos, como se quisesse deliberadamente expulsá-los de um ambiente que não é seu. Com os pés em terra firme, o homem sofre a pressão de 1 atmosfera (1 quilo por centímetro quadrado do corpo, equivalente a uma coluna de ar sobre a cabeça).

Como seu organismo foi moldado pela evolução para viver nesse meio, o fardo é leve. Nos domínios dos peixes, porém, o mundo fica mais pesado: a cada 10 metros na direção do fundo do mar, a pressão aumenta em 1 atmosfera. No corpo humano apertado pelo mar, o que sofre são as cavidades recheadas de ar, como os pulmões e os ouvidos. A guerra do homem contra seu maior inimigo aquático, que pode deixar como saldo alguns mortos e feridos, ainda que com pouca freqüência, começa assim que se pula na água. Nem mesmo os praticantes do mergulho livre, a modalidade mais simples e praticada com o equipamento mais básico, se vêem livres de alguns percalços. Munido de máscara, snorkel (o canudinho para respirar na superfície) e nadadeira, o mergulhador inspira fundo desce em apnéia (com a respiração presa) e inicia sua aventura.

No caminho para baixo, toda a lei de Boyle atrapalha. Ela diz que, em temperatura constante, o volume de um gás é inversamente proporcional à pressão. Isso significa que, apertado pela pressão crescente, o ar dentro da máscara vai diminuir de volume. Se o mergulhador não injetar um pouco de ar na máscara pelo nariz, tornando iguais as pressões do mar naquela profundidade e a do ar em sua máscara, a estrutura elástica da borracha comprimirá seu rosto e surgirão hematomas.




As vítimas seguintes são os ouvidos, apelidados, sem exagero, de calcanhar-de-aquiles do mergulhador. “Uma região atrás do tímpano, chamada de ouvido médio, está cheia de ar para funcionar como uma caixa acústica, com espaço para a vibração da membrana do tímpano”, detalha o médico Paulo Iazzetti, professor e coordenador da Unidade de Medicina Hiperbárica da Universidade de Campinas. “Justamente por ser recheada de ar, esta região é vulnerável à variação da pressão.” Iazzetti já era mergulhador com apenas 12 anos e enveredou mais tarde pela Medicina Hiperbárica — ramo que surgiu para tratar acidentados em mergulhos e que hoje é usada em diversas enfermidades.

Lazzetti explica que, à medida que o mergulhador afunda, a pressão da água aumenta e empurra o tímpano para dentro, provocando dor; se o mergulhador não tomar nenhuma atitude, o tímpano poderá até se romper, causando o barotrauma do ouvido médio Para evitar este tipo de acidente, o mergulhador realiza a manobra de Valsalva, assim chamada por ter sido descrita por um fisiologista italiano com esse nome: tapa-se o nariz com dois dedos, mantém-se a boca fechada e expira-se com um pouco de força. Sem opção de saída, o ar caminha pela trompa de Eustáquio, o canal membranoso que liga o ouvido à garganta, e chega ao ouvido médio, preenchendo a cavidade e igualando a pressão de dentro com a de fora. Caso a operação seja mal feita e o tímpano se rompa (o que só uma delicada cirurgia resolve), a água fria entra no ouvido e pode atingir o labirinto, responsável pelo equilíbrio do corpo.



“Se isto acontecer, a vertigem pode confundir o nadador a ponto de ele não saber se está descendo ou subindo” descreve outro médico mergulhador, Ivan Jorge Ribeiro, do Centro Hiperbárico de São Paulo.

Nesse caso, há uma dica para localizar a superfície: seguir as bolhas de ar. “Elas, sem dúvida nenhuma, estarão subindo”, brinca Ribeiro, carioca que recebeu o apelido de Merluza em 1971, época de seu batismo na Marinha, no Rio de Janeiro, e que hoje dá aulas para novatos civis em São Paulo. Se o mergulhador cansar de ficar como ioiô afundando e buscando ar na superfície, e resolve bater papo mais longo com os peixinhos, descobrirá que a aventura se complica a cada metro em direção ao fundo. O mergulho autônomo, em que o mergulhador carrega seu suprimento de ar num cilindro de aço ou alumínio, só virou realidade quando o oceanógrafo francês Jacques Cousteau inventou o aqualung, em 1943.

O ar é “engarrafado” sob uma pressão 200 vezes maior que a da atmosfera em terra firme. Uma válvula acoplada ao cilindro reduz esta pressão para cerca de 8 atmosferas. Antes de o ar atravessar o bocal e chegar até o mergulhador, porém, uma nova válvula reduz a saída à mesma pressão da água naquela profundidade. “Desta maneira, quando o ar é inspirado, está dando ao tórax uma pressão suficiente para que ele tenha movimentação, vencendo a pressão que a água faz sobre o peito”, descreve Vicente Albanez, professor de mergulho da academia Raia 4, em São Paulo. Albanez já não ouve muito bem, resultado da pressão sob seu tímpano desde o tempo em que resolveu fazer do mergulho sua profissão. Hoje, está empenhado em divulgar o mergulho como terapia para crianças com deficiência mental.

O prazer de uma fugaz estada no mundo aquático a bordo de um cilindro embute uma overdose de moléculas gasosas. Como o ar dentro dele está comprimido sob alta pressão, a quantidade de moléculas a ocupar o mesmo espaço é maior, aumentando proporcionalmente a quantidade de gás absorvido pelo mergulhador. Ocorre então uma saturação desses gases no organismo, que não está habituado a sorvê-los em quantidades tão grandes. Como o ar atmosférico é composto de 78,62% de nitrogênio, 20,84% de oxigênio e 0,5% de outros gases, o aumento significativo do volume inspirado vai resultar num problema igualmente grande para o mergulhador. O nitrogênio praticamente não é metabolizado pelo organismo e se acumula, passa dos alvéolos pulmonares para o sangue e do sangue para os tecidos, já que neles a concentração deste gás em condições normais é mínima.



A dissolução do nitrogênio no corpo não causa mal algum, mas na hora do caminho inverso — eliminar o excesso — o gás dita as regras. Para se dosar a velocidade na qual o mergulhador pode retornar à superfície sem problemas, a Marinha americana desenvolveu uma tabela de descompressão, estruturada a partir da profundidade que o mergulhador atingiu e o tempo que ele permaneceu submerso. Em outras palavras, a tabela avalia a quantidade de gás inerte que teve tempo de se instalar no organismo. Ela indica a velocidade com que se pode subir para que o gás alojado tenha tempo de sair dos tecidos e ser eliminado pelas vias aéreas — 18 metros por minuto e uma série de paradas, a 9, 6 e a 3 metros da superfície.
Quando a pressão externa diminui, o gás faz o caminho inverso, dos tecidos para os alvéolos, por difusão. Respeitada essa tabela, o risco diminui. Diminui mas não acaba, porque o padrão que determina estes números é a resistência de um marinheiro jovem, em boa forma física. Se o perfil do mergulhador não for exatamente este, é recomendado não atingir os limites. O médico Paulo Iazzetti explica que uma falha na hora de acompanhar estes números pode ocasionar a chamada doença descompressiva: “Se você retorna à superfície, onde a pressão é menor numa velocidade errada, o gás que estava dissolvido se expande e forma microbolhas onde estiver.” É como o que acontece com uma garrafa de Coca-Cola — quando aberta, a pressão dentro dela, que era grande; diminui em contato com a atmosférica e o gás fisicamente diluído desprende-se. Nos tecidos humanos, sem opção de fuga, as bolhas expandem-se no lugar em que estão. Lazzetti conta que estas bolhas provocam dores nas articulações, onde o tecido fibroso é uma porta aberta para a instalação destes gases. Em casos mais graves, as microbolhas podem se alojar no cérebro, muito vascularizado, onde, dependendo da localização, provocam danos algumas vezes até fatais. A todo instante o mergulhador é lembrado de que é um intruso na água. Uma distração ou um susto como avistar um tubarão, pode fazer com que ele suba desesperado da pior maneira possível: com a respiração presa.



Se o mergulhador prende a respiração, o gás se expande conforme a pressão diminui e deforma o pulmão, provocando a temida embolia traumática pelo ar, que é rara, mas pode acontecer em qualquer profundidade. “As moléculas de gás expandidas forçam as paredes dos pulmões, o ar entra onde não era chamado, no espaço entre o pulmão e a pleura, e colapsa a região”, descreve o médico Lazzetti. “Algumas vezes pode haver até o rompimento dos pulmões, um quadro clínico muito grave e difícil de ser tratado.” A maioria dos problemas com pressão podem ser resolvidos colocando-se o mergulhador acidentado dentro de uma câmara hiperbárica (do grego hypér, excesso, e báros, pressão), que o comprime e depois diminui gradualmente a pressão, como numa volta segura à tona, para que os gases que ele absorveu possam percorrer a via normal de retorno à atmosfera, saindo da circulação para os pulmões e daí para a boca.

A partir dos 40 metros de profundidade, em média, o mergulhador também pode começar a “ver” sereias. O mágico ilusionista, nada inocente, é de novo o nitrogênio. Uma vez no organismo, o nitrogênio se instala na bainha de mielina, uma camada gordurosa que envolve as células nervosas, e atrapalha a transferência de cargas elétricas e o caminho do estímulo nervoso. O mergulhador tem então a chamada narcose pelo nitrogênio, ou embriaguez das profundidades. Como se estivesse bêbado, ele pode simplesmente esquecer de voltar à superfície ou ser atraído para o fundo por um peixe espetacular. Neste momento, a presença de um companheiro por perto ajuda o a salvar-se. No caso da narcose, subir devagar ajuda a desalojar as bolhas de nitrogênio alojadas no sistema nervoso central. Por todos estes percalços, uma regra em mergulho é lei: jamais mergulhar sozinho.

A maioria dos mergulhadores livres e autônomos gosta de enfrentar as aventuras submarinas por esporte. Existem aqueles, porém, para quem o fundo do mar é um meio de vida. É o caso dos mergulhadores profissionais das plataformas de exploração de petróleo submarino, que descem a 300 metros de profundidade para manipular válvulas nos oleodutos ou fazer reparos nos equipamentos. Executar o trabalho não é tão complicado, o difícil é chegar lá. É preciso passar por um rosário de adaptações para poder descer tão fundo, no chamado mergulho saturado, onde a pressão ronda as 30 atmosferas— algo como 45 toneladas ou 56 fuscas sobre os ombros.




O organismo do mergulhador precisa ser lentamente comprimido, para equilibrar a pressão dos gases de seu corpo com a escandalosa pressão na água àquela profundidade. “Se isso não fosse feito, a pressão mecânica poderia esmagar os pulmões, romper os tímpanos e até provocar sangramento nos seios da face, todos recheados por ar” enumera o engenheiro Carlos Eduardo Serra, da Petrobrás responsável pelo treinamento de mergulhadores. 

“O primeiro passo foi encontrar uma mistura gasosa que, sob alta pressão, não provocasse efeitos colaterais no organismo.” Para o mergulho autônomo, onde. pela lei, o mergulhador só pode ir até 40 metros, ar comprimido basta. Mais fundo que isso, no mergulho dito saturado, a mistura de gases tal qual na atmosfera poderia ser fatal.“Num mergulho profundo, a embriaguez seria inevitável devido à alta pressão do gás respirado, que entra no organismo numa velocidade muito maior”, compara o médico cardiologista Elmo de Araújo Carvalho Júnior, da base naval de Mocanguê, em Niterói (RJ), onde mergulhadores são treinados para trabalhar para a Petrobrás. Para resolver este problema, a tática foi encontrar um gás mais leve, que substituísse o nitrogênio e não tivesse o tal efeito narcótico. A solução foi trocá-lo pelo hélio, de peso molecular menor, que sai dos tecidos de maneira mais fácil.

Parte do problema foi resolvido. Antes de descer ao mar para controlar o fluxo de um oleoduto, por exemplo, o mergulhador entra num vaso de pressão instalado no convés do navio e é comprimido com esta mistura chamada heliox (hélio mais oxigênio) durante 24 horas.“Esta velocidade de compressão dos mergulhadores em câmaras hiperbáricas éempírica”, admite Carvalho. “Eles eram comprimidos gradualmente e, quando surgiam problemas, mudava-se a velocidade.” O hélio, então aliado, eliminava o problema da hospedagem do gás nos tecidos, mas não resolvia o dos tremores durante a compressão — uma doença chamada síndrome neurológica das altas pressões, com sintomas semelhantes aos da embriaguez somado a tremedeira, de aparecimento gradual e resultado direto da velocidade de compressão. Arrumou-se, então, uma nova tática. Já que o nitrogênio provoca a embriaguez atrapalhando o caminho dos impulsos elétricos nas células nervosas, ele foi novamente colocado na mistura, mas em menor quantidade.






Finalmente, o mergulhador passou a ser colocado na câmara hiperbárica com uma mistura trimix — hélio, oxigênio e 5% de nitrogênio — para não deixar que os tremores surjam. “O nitrogênio na mistura funciona como uma dose de martini. Ele não fica embriagado, e também não tem os tremores”.

Explica o médico Carvalho. Neste mundo confinado, a vida do mergulhador depende de um controle rigoroso das condições de seu novo lar, o vaso de pressão, não à toa chamado de câmara de vida. O controle começa pela temperatura. “Uma das características do gás hélio é a alta condutividade de calor”, explica Atílio Vanin, químico da Universidade de São Paulo, que nunca mergulhou mas conhece muito bem os caprichos dos gases. Dentro das câmaras, o hélio rouba calor de seu vizinho — o homem a bordo.

Para contornar esse problema, a temperatura é mantida alta, em torno de 30º e monitorada o tempo todo. Só que isso provoca uma acentuada desidratação do mergulhador, que pode perder até 6 litros de água num só dia. Além de o aumento da temperatura acelerar o metabolismo do corpo, os pulmões, habituados a sorver ar com menor densidade, recebem um número muito maior de moléculas e são obrigados a trabalhar mais. Isso leva a uma grande e constante perda de energia.

Para compensar todo este desgaste o cardápio oferecido é cerca de 50% mais rico em calorias do que seria suficiente em condições normais de temperatura e pressão. Enquanto um homem adulto se satisfaz com 2 248 calorias diárias, um mergulhador mantido sob pressão precisa de 3 000, e ainda assim perde cerca de 10% de seu peso. Como se não bastasse, o novo vilão hélio reaparece para estragar até esta única diversão do dia — comer. A comida oferecida ao mergulhador que é passada por meio de escotilhas, precisa ser muito temperada porque o hélio também altera o paladar dos comensais. Na hora de trabalhar, afinal o objetivo de todo este preparo, o mergulhador é levado até a profundidade desejada pelo braço de um guindaste do convés do navio.

O transporte é dentro de um sino, antes acoplado à câmara de vida. No sino, à mesma pressão da câmara, descem dois mergulhadores com o equipamento necessário para a missão. Uma vez na água, a 300 metros de profundidade longe dos raios solares, surge um novo obstáculo: a temperatura no mar beira os 7°C, insuportável para o mergulhador. A perda de calor é também muito rápida, pois a condutividade de calor da água é 25 vezes maior que a do ar.
Para navegar neste mundo gelado, sua roupa possui uma espécie de véu transpassado por serpentinas, como as que esfriam chope, e é ligada ao sino por um cordão umbilical. Água quente vinda diretamente do navio entra por estes tubos ocos, passeia por todo o corpo e sai pelos pés, tudo para que o mergulhador não morra de frio.Terminado o trabalho, os mergulhadores avisam o navio para trazê-los de volta à superfície (na verdade, para a câmara de vida). Simples? Não. As cordas vocais em movimento precisam do ar presente na laringe para a propagação das ondas sonoras — em outras palavras, a voz. O hélio, que cobra muito alto por seu uso nas câmaras hiperbáricas, provoca uma alteração cujo nome descreve muito bem o que acontece: efeito Pato Donald.

A voz do mergulhador, que tem sua freqüência aumentada da baixa densidade do hélio, parece mesmo a voz do famoso personagem dos desenhos animados. Entender o recado dos mergulhadores só é possível com um indispensável aparelho eletrônico que desmistura a voz, instalado no navio. Terminada a tarefa para a qual foram escalados, e já instalados a bordo do navio, só então vai se iniciar o lento retorno à “superfície”, ou a uma atmosfera de pressão.Para que o hélio instalado no organismo dos mergulhadores possa sair, a pressão parcial deste gás no ambiente precisa ser diminuída gradualmente. Assim, quando a circulação sangüínea passa pelos alvéolos pulmonares e encontra ali uma baixa concentração de hélio, já que a do ambiente está diminuindo, ele começa a bater em retirada por difusão. Porém, se a queda de concentração de hélio não ocorrer na mesma velocidade em que ele sai dos tecidos para a circulação, e da circulação para os alvéolos, ocorre a tal doença descompressiva, com as suas temidas microbolhas. Um mergulhador fica saturado pelos gases em aproximadamente 12 horas de compressão.




Assim, independentemente do tempo que permaneceu pressurizado, a descompressão obedece à velocidade de um dia para cada 33 metros de profundidade, determinada a partir da velocidade de saída do hélio dos tecidos. Se a lei permite que um mergulhador fique apenas 28 dias pressurizado, conta-se um dia para a compressão de mergulhos a 300 metros de profundidade, dezessete dias de trabalho e outros dez somente para descomprimi-lo, sempre ilhado em câmaras. A vida na clausura é difícil. “Sentimos o gás entrando, se instalando no corpo, falamos como Pato Donald, emagrecemos, mas tudo isso dá para agüentar — o mais importante é voltar para casa”, conta o mergulhador Sérgio Moraes Brito, 30 anos, há oito trabalhando em plataformas petrolíferas.

Para impedir que o mergulhador fique angustiado e queira voltar para casa pedido que levaria no mínimo dez dias para ser atendido, os jornais fornecidos a ele são previamente lidos. “Se ele mora num bairro do Rio de Janeiro que foi alagado durante uma chuva forte, retiramos a notícia do jornal”, admite Elmo Carvalho, da base naval de Mocanguê. No caso da Marinha, que possui câmaras para instrução que simulam o mergulho, o médico e os auxiliares encarregados têm um dossiê completo sobre o mergulhador, e tentam resolver seus problemas em terra. “Não é censura, mas também não ia ajudar nada ele ficar sabendo”, justifica-se Carvalho. De qualquer forma, toda essa complicada operação de levar um mergulhador ao fundo do mar deve desaparecer logo. Os mergulhadores estão sendo substituídos por robôs, que não têm família em terra nem o menor problema em enfrentar a brutal pressão das águas.

Material Interessante, que expressa o quanto devemos ser analíticos em diversos segmentos, toda a analítica é cabível, ao se tratar em tolerância, proporção, grandeza e segmento.
Como tal devemos adotar um olhar mais crítico quanto a nossa realidade e meio.

Tenho dito !